Dia Internacional da Mulher

O dia 8 de março é reconhecido internacionalmente como o Dia da Mulher. A data traz importantes contribuições para as reflexões dedicadas a analisar o modo como o reconhecimento da mulher aparece na esfera pública contemporânea.

A desigualdade entre homens e mulheres é um traço presente na maioria das sociedades. No Brasil, por exemplo, país marcado por diferenças sociais profundas, onde a concentração no acesso a recursos econômicos e sociais, a desvantagem de oportunidades entre homens e mulheres está vinculado à permanência dessa arena social.

No processo de suas próprias lutas, a denúncia de opressão imposta às mulheres e a discussão sobre a participação feminina em diversas arenas da sociedade fizeram surgir na história frentes das lutas feministas e redefiniram os debates públicos contemporâneos sobre justiça.

No século XIX e no início do século XX, nos países industrializados – Inglaterra, França, Alemanha –, o  trabalho fabril era realizado por mulheres em jornadas entre 12 e 14 horas por semanas, sem descanso. E conviviam com a precarização das condições de trabalho e salarial. Assim como na Europa, a condição de exploração das mulheres operárias no Brasil, na emergente economia industrial, desde os anos iniciais do século XX, é uma realidade constatada. A ausência de políticas públicas adequadas para reduzir a vulnerabilidade das mulheres, na dinâmica fabril, intensificou a participação delas nos movimentos sindicais e políticos.

Clara Zetkin e o Dia Internacional das Mulheres

Clara Zetkin (1857-1933), alemã, membro do Partido Comunista Alemão, militava no movimento operário e se dedicou a lutar pelos direitos das mulheres trabalhadoras. Ao participar do II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagem, em 1910, Clara Zektin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher para privilegiar as contribuições que dialogam de forma direta com a desigualdade de gênero.

O diálogo sobre a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, ou mesmo, sobre as condições de trabalho se estenderam ao Brasil e, a partir dos anos 1980, a pluralidade de abordagens sobre as questões femininas –luta pelo voto, acesso à educação, assim como a reivindicação de direitos iguais no casamento e dos direitos ao divórcio e à integridade física e o controle de sua capacidade reprodutiva – definiu discussões teóricas no ambiente acadêmico e também na prática política brasileira.

Embora a posição das mulheres tenha se modificado nas últimas décadas, as desvantagens decorrentes ao gênero ainda é patente. Quando se observa, por exemplo, o rendimento de mulheres e homens e o acesso a esferas de oportunidades são expostos de forma semelhante, ou ainda a falta de creches para a conciliação entre a rotina do trabalho e os cuidados com as crianças menores, e a baixa proporção de mulheres nas esferas públicas do poder político. Fica claro que o empenho das lutas feministas pelas conquistas de uma política de reconhecimento ainda não coincide com o atendimento às reivindicações pelos direitos das mulheres.

O feminismo no Colégio São Judas Tadeu

A discussão crítica a despeito da teoria política feminista e a sua total diversidade é realizada nas aulas de História, com o Ensino Fundamental II, e com as 2ª séries do Ensino Médio, nas aulas de Sociologia. Nosso recorte privilegia os debates sobre as contribuições da política feminista, a pluralidade de temas ligados ao gênero feminino – violência doméstica, aborto, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, a manifestação histórica da dominação masculina, as desvantagens das mulheres no mercado de trabalho, os avanços na legislação em relação à agressão física e moral contra a mulher.

As reflexões feitas entre alunos e professora sobre a questão de gênero é fundamental para o fim das injustiças que obstruem a construção de sociedades democráticas e igualitárias. Não se trata apenas de mais uma discussão, mas representa a compreensão do ser mulher.

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