Cinema na escola

A arte centenária do cinema é, até hoje, um dos meios de entretenimento mais admirados e utilizados no mundo.

Assim como a literatura e o teatro, assistir a um filme se tornou uma forma de adquirir maior bagagem cultural, ver o mundo com outros olhos e acompanhar histórias, fictícias ou verídicas, que têm a capacidade de colocar o espectador em contato com qualquer parte do planeta – ou até mesmo fora dele.

Assim, é natural que uma ferramenta poderosa como o cinema na escola encontre também o seu espaço na escola. Desde 2014, por exemplo, o Ministério da Educação determina que as escolas de Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) adquiram recursos audiovisuais para exibição aos alunos.

Os filmes, por causa de sua linguagem interativa e da série de estímulos que emitem – visuais e sonoros –, conseguem cativar a atenção e o cérebro das pessoas, tornando o conteúdo escolar a ser trabalhado mais fácil de ser assimilado.

O aluno também consegue fazer correlações com a disciplina quando tem a oportunidade de ver, por exemplo, uma cena que retrata uma passagem que antes estava restrita à sua imaginação ao ler um livro de História ou ouvir a exposição do professor.

Melhoria nas funções sensoriais

O Colégio São Judas Tadeu, escola na Mooca entre as mais tradicionais de São Paulo, também adota a exibição de filmes em sala de aula como parte de sua proposta pedagógica.

Pesquisas indicam que, quando o aluno assiste a filmes que tenham relação com os conteúdos propostos no currículo educacional, a tendência de desenvolvimento da percepção e das funções sensoriais é maior.

Por exemplo? O Diário de Anne Frank para o fundamental II, filme que aborda o tema sobre a segunda guerra mundial e as dificuldades de sua família judia que foi perseguida e os Impossíveis para o fundamental I, na disciplina de português onde os alunos aprenderam a fazer resenha após assistir ao filme com atenção.

Outra característica positiva dos recursos audiovisuais reside no fato de que essas ações despertam a interação entre os alunos, tornando os temas mais atrativos para cada um deles.

É só observar como, após a exibição de um filme, os comentários dos estudantes sobre a produção em questão não se restringem à sala de aula. Eles saem da escola falando sobre o tema e o assunto é levado ao debate fora do meio estudantil.

Escolha do filme e organização da rotina

Se por um lado parece não haver dúvidas de que o uso de filmes em sala de aula é importante para melhorar o desempenho das aulas, por outro, aumenta a responsabilidade do professor e do coordenador pedagógico, uma vez que a escolha da produção que será exibida é fundamental.

Por isso, seria interessante considerar trabalhos interdisciplinares para que os estudantes possam ter mais benefícios sobre o conteúdo apresentado.

Um filme, em geral, costuma durar mais do que os 50 minutos de uma aula, de forma que pode ser preciso remanejar horários ou, ainda melhor, promover integração com outras disciplinas para que a experiência da exibição seja completa.

Além do cinema

É importante destacar que o cinema na escola não é substitutivo do professor. A exibição de recursos audiovisuais amplia a interatividade e estimula os alunos a fazerem correlações e questionamentos que, muitas vezes, não estão nos livros – e podem até mesmo fugir do propósito da disciplina.

Dessa forma, é fundamental existi a oportunidade de diálogo após a exibição da produção ou, ainda, uma estratégia que vise a reflexão sobre a obra em questão.

Uma atividade de leitura complementar, uma resenha crítica ou um texto expositivo sobre temas relacionados são algumas das maneiras que os professores do Colégio São Judas Tadeu, escola na Mooca entre as mais tradicionais de São Paulo, costumam utilizar em suas metodologias.

Ao alcance de todas as disciplinas

Em linhas gerais, até pela natureza narrativa do cinema, disciplinas como Literatura e História acabam se beneficiando muito mais dos filmes em sala de aula, em especial pelo grande número de obras disponíveis.

Entretanto, isso não significa que essa característica não possa ser expandida para outras áreas, como Biologia, Física, Química ou Língua Inglesa. Todas as disciplinas podem lançar mão desse recurso como ferramenta complementar de aprendizado.

Entretanto, a responsabilidade nesse caso aumenta. O ideal é que os professores conversem com a coordenação pedagógica da escola de forma que todos possam chegar a um consenso sobre qual filme será exibido e de que maneira essa atividade vai trazer resultados positivos para o aprendizado da turma.

Atividades extraclasse, como passeios para algum espaço cultural da cidade para a exibição de documentários ou produções alinhadas com o conteúdo escolar, também podem ter resultados positivos para os alunos.

Além de estimular a integração, o uso de outros ambientes que não é a sala de aula pode proporcionar novas oportunidades de descoberta, fortalecendo o desejo pela busca de conhecimento além da escola.

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